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Programa
para uso consciente da água
A principal meta é aumentar
a produtividade e diminuir o consumo de água,
para assim agregar valor aos produtos que passarão
a ser produtos agroambientais, produzidos com respeito
ao meio ambiente.
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Mato
Grosso quer mais produção com menos uso da água
ENa terça-feira (04) foi realizada,
no anfiteatro da Federação de Agricultura e
Pecuária de Mato Grosso (Famato), palestra sobre o
Uso da Água no Agronegócio realizada
pelo Dr. José Roberto Borghetti, coordenador do programa
da Agroindústria do Paraná, que ressaltou a
importância do uso sustentável da água
no âmbito rural e na agroindústria.
Neste evento, Borghetti, formalizou convite à Dra.
Flávia Nogueira, secretária de Ciência
e Tecnologia, para participar da elaboração
de um plano de estudos no intuito de criar para Mato Grosso
as condições para execução de
um programa semelhante ao que vem sendo feito no Paraná.
Conforme explica José Borghetti, o programa para
a redução do consumo de água na produção
e para o crescimento da agroindústria paranaense envolve
todas as cadeias produtivas e tem em síntese o objetivo
de produzir mais gastando bem menos os recursos hídricos
que dispomos.
Com o convite formalizado, Dra. Flávia Nogueira,
agendará uma data para ir a Brasília para mobilizar
ações para o desenvolvimento deste programa
para MT em articulações conjuntas com a Secretaria
Nacional de Recursos Hídricos, Fundação
Roberto Marinho e a FAO (Organização para Agricultura
e Alimentos, um órgão das Nações
Unidas).
Após discutirmos esse plano, nosso objetivo
é fechar parcerias com as outras Secretarias de Estado,
com os produtores e os pesquisadores para criar o ambiente
necessário para que esse programa seja implantado aqui
no nosso Estado, informa a secretária.
O dr. José Roberto Borghetti, em sua apresentação,
fez menção de algumas das experiências
positivas do estado paranaense em relação ao
uso racional da água na produção. A
nossa principal meta é aumentar a produtividade e diminuir
o consumo de água, pois assim iremos agregar valor
aos nossos produtos que passarão a ser produtos agroambientais,
produzidos com respeito ao meio ambiente, esclarece.
Sobre a questão da água no Brasil e no mundo,
Borghetti destacou que a cada ano os lençóis
freáticos, por exemplo, da China, Estados Unidos e
Índia que são uns dos maiores produtores de
alimentos do mundo, são reduzidos em média de
um metro a um metro e meio. Eles vão ter que
optar entre abastecer sua população ou produzir
alimentos, alerta.
Em vista dessa perspectiva o Brasil passaria a ser o maior
produtor de alimentos do mundo, e um dos maiores privilegiados
em disposição de recursos hídricos porque
detém o maior reservatório de água subterrânea
e abriga uma das maiores bacias de águas superficiais
do mundo, que é a bacia Amazônica. Destaca o
palestrante que o País precisa se preparar para ser
o dono da futura maior riqueza do mundo: a água.
Borghetti salienta que o Brasil ficou os últimos
anos discutindo a produtividade do solo, mas que agora o assunto
a ser debatido é a produtividade hídrica. A
grande questão em pauta é: como produzir mais
alimentos com altíssima eficiência, com alto
valor agregado, e com baixíssimo custo e utilização
de água, diz.
Na seqüência, o coordenador trouxe algumas
referências sobre as Políticas Industriais e
entre os exemplos destacou que em 2003, a participação
do agronegócio foi de 33% do PIB do Brasil e a agroindústria
gerou 38% dos empregos. Na balança comercial em 2003,
à agroindústria junto com o agronegócio
geraram um superávit de US$ 24 bilhões. Conforme
revelou o palestrante, comparativamente de janeiro a setembro
deste ano, o saldo positivo registrado até agora é
de US$ 41 bilhões.
Para Borghetti esses números poderiam ser maiores
se o Brasil passasse a investir mais na agroindústria.
De acordo com ele, a agroindústria é a matéria
prima com valor agregado, já o agronegócio é
somente a matéria-prima. Por exemplo, Mato Grosso
é campeão nacional em produção
de soja, mas tudo é exportado sem agregar valor, com
isso nós estamos gerando emprego e renda em outros
países, que agregam valor a nossa soja e nos vendem
o produto final a um valor bem mais elevado. O coordenador
cita, por exemplo, que a tonelada do óleo de soja é
vendida no mercado mundial a uma média de US$ 490 e
a soja em grãos US$ 215.
O evento foi uma realização da Secretaria
de Estado de Ciência e Tecnologia e integrou a programação
da Semana Ciência no Parque 2005, que está
sendo realizada de 03 a 13 de outubro, em Cuiabá e
depois segue para Rondonópolis, de 17 a 21 de outubro.
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